O que leva uma mulher a permanecer em uma relação abusiva?

Por Coletivo Mulher Vida


Quais os primeiros sinais que um agressor pode indicar de que a relação não é saudável? Como reconhecer se a relação que você vive é abusiva? Como fazer para dar um basta nesta relação? Como denunciar? Quais direitos e rede de apoio a vítima de violência doméstica tem ao seu alcance? O que prevê a Lei Maria da Penha? E a importância da denúncia?

Buscando responder a essas e outras questões, o LeiaJá entrevistou oito especialistas para o especial “Você não está só”, em contribuição ao Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher.

A polícia como aliada

Nesse episódio, a entrevistada é a gestora do Departamento de Polícia da Mulher (DPMIL), delegada Fabiana Leandro. Ela trata sobre como a polícia pode ajudar a vítima de violência doméstica, indica quais a quem a mulher nesta situação pode recorrer para sair do ciclo de violência, além de abordar os direitos que essas vítimas têm.

Justiça para quem precisa

Duas entrevistadas abordam quais os dispositivos que a Lei Maria da Penha traz para a proteção da mulher vítima de violência doméstica e familiar. A primeira entrevistada é a advogada da Secretaria da Mulher de Paulista, Sheila Soares de Albuquerque, que faz uma reflexão sobre a importância de políticas públicas para que a Lei seja melhor aplicada. Já a coordenadora do Núcleo de Violência Doméstica da Defensoria Pública, defensora Virgínia Moury, elenca a rede de apoio e programas que a mulher vítima de violência pode recorrer.

Cicatrizes da alma

As psicólogas Emilene Freire e Lúcia Soares abordam os aspectos e impactos emocionais e psicológicos que a violência doméstica e familiar atingem à vítima, Elas mencionam comportamentos e situações que apontam para este tipo de violência e ajudam a mulher a identificar a violência, Explicam como se dá o ciclo da violência e como podem agir para sair dele. Elas destacam também a importância do autocuidado.

A rede de apoio

A entrevistada é a Secretária Executiva da Mulher de Paulista, Bianca Pinho Alves trata da importância que a Lei Maria da Penha tem no enfrentamento à violência contra á mulher no Brasil. E fala da urgência em reduzir o índice de feminicídio. Além de reforçar que as mulheres também precisam de oportunidades que as possibilitem autonomia financeira para sair do ciclo da violência.

As penhas

Neste quinto episódio, a entrevistada é a assistente social, que atua na ABAS e no Instituto Maria da Penha, Nadiedja Souza fala da sua atuação no atendimento à mulheres vítimas de violência doméstica no meio cristão e para mulheres de toda a sociedade. A assistente social explica como é feito o encaminhamento da vítima de violência para a rede de apoio. E conta episódios violência que atendeu e a superação das vítimas, bem como incentiva que cada vez mais as pessoas denunciem esse tipo de crime.

Apesar de a Lei Maria da Penha figurar como a terceira mais importante do mundo sobre a temática, isso não impede que os números ainda sejam alarmantes. O Brasil registrou 31.398 denúncias e 169.676 violações relacionadas a violência doméstica e familiar contra as mulheres até julho de 2022, segundo dados da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, esses rgistros incluem atos de violência física, sexual, psicológica, moral e patrimonial, que são tipificados e pormenorizados na Lei.

Em Pernambuco, de acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS), o número de feminicídios oficialmente registrados no Estado em 2021 chegou a 87, dois quais 54 ocorreram no primeiro semestre. Já em 2022, houve uma queda dos crimes contra a vida das mulheres em Pernambuco. A retração foi de 72,7% no número de vítimas de feminicídio, e em abril. Fazendo um comparativo dos números gerais anual, a diminuição chegou a -43,6%, ou seja, 22 casos em 2022 e 39 no conjunto de 2021. A média atual é de uma morte a cada quatro ou cinco dias no Estado.


Os abusos cometidos pelo companheiro podem causar sérios prejuízos a saúde física, emocional e psicológica de tão danosa que uma relação abusiva pode ser. Há estudos que apontam para casos de suicídios cometidos por mulheres vítimas de violência doméstica devido a depressão em decorrência da relação abusiva.
Delegacias da Mulher em Pernambuco

Onde mais denunciar casos de violência doméstica e familiar?

Central de Atendimento à Mulher
Disque 180
Polícia Militar
Disque 190
Disque Denúncia
Fone: (81) 3421-9595
Disque Denúncia do MPPE
Fone: 0800-281-9455
Ouvidoria da Mulher do Estado de Pernambuco
Fone: 0800-281-8187
Defensoria Pública do Estado de Pernambuco
Fones: (81) 99488-2218 e (81) 99488-2217
WhatsApp: (81) 98492-9229
Centro de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Sexista
Centro de Referência Clarice Lispector (Recife)
Fone: (81) 3232-5370 / 0800-281-0107
Centro de Referência Maristela Justus (Jaboatão)
Fone: (81) 3468-2485
Centro de Referência Márcia Dangremon (Olinda)

Fone: (81) 3429-2707 / 0800-281-2008

Centro de Atendimento à Mulher Princesa Aqualtune (Paulista)

Fone: (81) 99912-0337
Instituto Médico Legal
Fone: (81) 3222-5814

EXPEDIENTE

Reportagem: Thabata Alves

Imagens: Júlio Gomes

Arte gráfica: Felipe Santana

Supervisão de conteúdo: Victor Hugo

Webdesign: Chico Peixoto

Fonte: https://especial.leiaja.com/voce-nao-esta-so