Perfil #04 – Cecy Prestrello

Por Coletivo Mulher Vida
“Uma mulher da paz e contra a guerra”!

Quem conhece o Coletivo Mulher Vida (CMV) sabe o lugar mágico que é, tendo a bruxa como uma representação de mulheres livres e intuitivas.

É no CMV que temos a oportunidade de se auto conhecer e também de conhecer um pouco mais sobre umas das fundadoras dessa instituição que atua fortemente no enfrentamento às violências doméstica, sexual e sexista (VDSS).

Cecy Prestrello

No Perfil #04, entrevistamos Cecy Prestrello – assistente social, formada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), militante dos direitos humanos, e das causas em prol de crianças, adolescentes e mulheres. Uma apaixonada por futebol e defensora de uma cultura de paz, anti machista, anti racista e anti- homofônica. 

Iniciamos nossa entrevista e logo nos primeiros momentos, Prestrello se auto define uma mulher contra a guerra: “Eu não apoio guerra, eu sou contra a guerra, contra a tortura, contra a violência, eu apoio a paz. A paz é o único caminho que leva a liberdade da humanidade,” afirma.

A paz é o único caminho que leva a liberdade da humanidade,”

Arquivo CMV

Capricorniana, nascida em 1 de janeiro de 1956, no município de Goiana, localizado no extremo norte da Região Metropolitana do Recife (PE) e cerca de 57km da cidade de Olinda, onde Cecy mora desde a infância. 

Sua militância começou no movimento estudantil na década de 1970, no qual foi eleita secretária-geral do diretório central dos estudantes, em plena ditadura militar. A parceria com Márcia Drangmon, com quem fundou o Coletivo Mulher Vida, iniciou-se na esfera política e estendeu-se para uma vida inteira de luta e amor.

No livro de sua autoria – Ana, será que valeu a pena? Cecy resgata memórias de correspondências trocadas com sua companheira de vida e luta durante o período sombrio da Ditadura Militar no Brasil.

 “Não vão nos torturar, tirando nossos filhos e maridos e abusando de nossos corpos”. Quando vamos entender que todos merecem viver sob o mesmo céu? Quando vamos entender que a guerra só interessa ao grande império, a alguém que deseja o controle sobre tudo? É preciso orar muito pela paz”, diz um trecho do livro.

Segundo Cecy, a criação do CMV, teve o objetivo de garantir um espaço seguro onde crianças, adolescentes e mulheres (jovens e idosas) pudessem encontrar apoio para enfrentar as violências doméstica, sexual e sexista. Um espaço onde fosse possível ressignificar dores e construir novos futuros para si e para os que estivesse à sua volta.

Cecy afirma que o CMV surgiu do amor de duas mulheres que lutaram contra o autoritarismo e a violência da ditadura. Diz que era preciso dar um basta na violência, no feminicídio, que era preciso cultivar afetos e seguir lutando por implementações de leis, políticas públicas e equipamento que garantissem os direitos de crianças e mulheres”.

Prestrello reforça sua admiração e esperança na juventude. Diz que a inquietude própria desse período é responsável por mover padrões e estruturas autoritárias e retrógradas: “Eu gosto da essência rebelde da juventude“, afirma.

Arquivo CMV

Eu gosto da essência rebelde da juventude“,

Na conversa, ela deixa uma mensagem à juventude: “Jovens rebeldes que só querem levar a paz pro mundo, não se deixar por limitar rótulos e padrões que a sociedade até hoje impõe, sejamos livres levando sempre a cultura da paz“, conclui.

8 de Março, no Recife – 2018

Cecy Prestrello, embora não esteja atuante da administração do CMV, continua ativa na militância por uma cultura de paz e por um mundo melhor, sem fascismo, sem genocídio, sem feminicídio e sem racismo e sem homofobia. Cecy luta por um mundo onde a paz alcance todos.

por Guiller Brendo, 19 anos, social media é também formado em justiça restaurativa pelo Coletivo Mulher Vida, atualmente cursando primeiro período em administração. Atua no Núcleo Comunitário Ressignificando Vínculos e no Núcleo de Comunicação, ambos no CMV.